domingo, 20 de fevereiro de 2011

SEM CONDIZER

4. Desvario
Desvario
de solidão
e este sentir
a pavio
que não me sai
do pulmão.

Incerteza
de confusão
e este pedir
a certeza
que não me cai
ao trambulhão
na cabeça.

Angústia
de perdão
e este fugir
ao fungicida
que não me vai
na direcção.

Avalanche
de podridão
e este parir
a corrupção
que não me enche
o meu coração.

Por fim
corrupio
inebriante
de vontades
perdidas
na variante
das bondades
sem pio.

(01.02.2008)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

SEM CONDIZER

3. Já falei
Quantas vezes já falei
cansado, do acordar do dia
cinzento, mostrando-se peganhento
desejando, que a qualquer momento
se despertem sensações
e apareçam crescentes tentações
forçando a vontade para o caminho
da deselegância e intolerância
querendo em abundância
esquiva, e muito devagarinho
que se afaste a compreensão
da bondade, para um cantinho.

Quantas vezes já fiquei
assustado, com o acordar do dia
que cresce, e que parece
que não tem fim o seu destino
porque há quem assim os tece
criando de forma provocatória
a mente ilusória
a quem tudo escapa, porque devasta
não permitindo à beleza, nascer
manietando com firmeza
a semente da vida de aparecer.

Quantas vezes já me espantei
deslumbrado, com o acordar do dia
que, apesar de toda essa convicção sua
eu já transformei
porque, como não sou lento, nem bento
não me calei.

(17.01.2008)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

SEM CONDIZER

2. O movimento
O movimento que me circunda
abarrotado de clichés  anacrónicos
desordenando qualquer tentativa
para percorrer o meu caminho
precisa de ser eliminado
ou, como por aí dizem
apenas afastado?
Esta vontade de querer sempre
compor a partitura que devia ser
vai-me obrigar a reaprender
ou a compreender
porque assim sou?
E eu apenas contigo quero dançar!...

(07.12.2007)

SEM CONDIZER

1. Com raiva
Hoje escrevo com raiva
porque tenho a sensação
que há algo em mim
que me diz
que tal não me está destinado.

E o necessário esforço
que com dor me esgota
e me faz perder o sentido
das palavras que fogem
parece que não se quer ir embora.

Porque é assim?
serei eu, ou o ar
que à volta de mim circula
e me adormece?

(09.11.2007)

REINÍCIO

HOJE INÍCIO DE NOVO A PUBLICAÇÃO DE POEMAS MEUS
OS POEMAS AQUI PUBLICADOS TERÃO DESTINO
(talvez um livro, ... talvez a sua posse pelo leitor)
O PROJECTO JÁ TEM UM NOME: SEM CONDIZER.